Meu corpo guarda todos os materiais da vida: areia, ferro e vidro.
Tenho a areia branca de uma praia deserta como folha de papel.
Papel de imagens frescas. Ontem foi mata espessa. Hoje, seco deserto.
No arenoso deserto uma espada de ferro sofre as ondas do tempo.
Ferro vivo reluz no jaguar denso e móvel que se faz automóvel. O jaguar automóvel traz no cofre sentido outro sonho, de vidro.
Um vidro de perfume da mulher que cavalga sobre as ondas.
A mulher de vidro soprou as horas rudes com flauta e virtude.
O vidro racha! Os cacos espalhados… a areia. As ondas recomeçam.
Meu corpo guarda todos os materiais da vida: areia, ferro e vidro. | |